"Toda a dor passa,
Toda a
dor se esquece,
Toda a
dor termina."
Maria: Quem é você?
Quem
é você, aquele que já adivinho?
E
por que minha voz pergunta quem é você,
Se
o meu coração já lhe reconhece?
Pássaro: Ainda não sou nada.
Nem
ave que era, nem homem completo.
Sou
o fruto dessa queda que tanto sonhei.
Por
você quis ser homem,
E
agora, agora estou perdido.
Maria: Me fala!
Foi
você que sonhei à noite sem lembrar da manhã,
Foi
aquele que meu coração...
Cala!
Cala
coração meu.
Aquieta
minha alma.
Vem!
Pássaro: Ainda não sou homem inteirado,
Não
sou completo ainda.
Maria: Em pé tu és estilo que une a parte
que falta em outro.
Vem!
Pássaro: Eu preciso te falar...
Maria: Não precisa.
Pássaro: Preciso. Logo que abre a barra do dia e
com o sol vem a minha tristeza. Homem que só sou na sombra da noite, na luz do
dia é minha sina ser pássaro.
Maria: Não!
Pássaro: Não chora!
Maria: Eu não queria descansar de lhe amar.
Pássaro: Lá em cima eu vou seguir seus passos. O
sentido das minhas horas vai ser desejar o fim do dia.
Mária: As horas da noite são tão curtas. As horas
do dia tarda tanto a passar.
Pássaro: O primeiro raio de sol já toca a minha
pele.
Preciso ir.
Me espera,
Me espera.
Maria: Espero!
Mesmo que dia fosse ano,
eu vou lhe esperar.
Nossa
demora acaba ao por do sol.
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