segunda-feira, agosto 13, 2012

Usura renitente.


Eu não me conformei com os caminhos,
Então me entreguei aos atalhos;

Andava, passo a passo, moroso,
Garoando nas ruas de Curitiba,
Como a uma pluma molhada que insiste em planar,
Acreditando que o sol virá pela manhã
Reformar-lhe o viço, esperanças de voar,
Mas em que vento?
Se não havia espaço vazio, nem campo.


O hálito do último vinho tinha o gosto de um nome,
Entre o ar sonâmbulo do Largo, onde o cavalo me encarava,
Forçando um ressolhar da boca maldizente,
Querendo me dizer algo com os seus olhos vazios e sombrios.
Se a outra metade do seu corpo existisse...

Cavalgaríamos pelas noites e afins de Curitiba,
Um cavalo de chumbo e um poeta de papel,
Ele, cheio de versos súbitos troteados, enclausurados,
Avante! Avante!

A noite é nossa e a madrugada é dos poetas,
Cavalo que chora, avante!
Com o teu porte altivo e austero,
Avante! Avante!
Que a poesia não se findou... ainda.
Avante! Avante!




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