quarta-feira, abril 04, 2012

Negra noite.


Esta negra noite que me cala,
Na virada da minha dor temida,
Esta negra noite que me fala,
O que de ti não sei sentir...

Esta minha dor, tão dor, tão só,
Tão sem sentido, minha real inverdade,
Esta negra solidão ilusória,
Que me rasga como a um tecido morto.

Esta negra dor veneno,
Incauta perfídia que me castiga,
Essa dor veneno, minha dor de vicio,
Amor negro solitário da minha vida.

Esta negra dor que me fala,
O que não se deseja ouvir tão só,
Esta negra noite que me marca,
A me deixar a alma doída, sem dó.

Esta negra marca que não resguarda os sentidos,
Consome o peito doentio de amores,
Esta negra marca de pendores doídos.
Tardio, marcado, resvalado de pudores.

Esta negra sina bravia,
Marcante, intensa nas negras noites solitárias,
É o que se faz marcar tremores e sangria,
É o que se faz atar laços de linhas imaginárias.

Esta negra noite que se vai,
Pra longe de mim te levou,
Só o amor ficou... nada mais,
Sem ti, sem dó, sem beijos... 

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