É fato que passaste em minha vida como uma estrela
que risca os céus em noite límpida de verão em Capri,
E eu te guardei aqui, por que te amei, e tu foste minha.
Eu te amei, tu foste minha, na ordem variável das coisas, eu
sei,
Não me importa quando, em que século, de que forma,
Eu te amei, verdadeiramente te amei e foste minha, ressalvo.
Antes de amar-te, esqueci-me dos teus beijos,
E a minha boca se vencia nas linhas dos teus lábios
indissolutos,
E no teu corpo, uma tarde de primavera onde os sinos dobram,
As minhas mãos segregadas cheias do teu cheiro partiram
marcadas.
Como convêm ao longe, o amante acena ao amor que parte,
No coração, em prantos com pouca força ainda afirmo:
Eu te amei, tu me amaste, eu fui teu e tu foste minha!
Em resposta, a tua boca ao longe, balbucia-me
desordenadamente,
Ainda como fachos de lampejo leio em teus lábios,
coisas que nem sei o quê, indiscerníveis,
como o rechiar das ondas ao vento na matina bravia,
Tu, ao longe.
Eu, nada escuto, nada escuto...
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