terça-feira, novembro 08, 2022

Morrerei de amores

 

Eu morrerei de amores no íntimo da tua face harmoniosa,
Eu morrei de amores no enlaçar dos meus dedos em teus cabelos,
Eu morrerei de amores no âmago dos teus desejos mais secretos,
Na insígnia da tua alma cálida e amorosa, no beijo da tua boca indissoluta.
 
Eu morrerei de amores quando o teu sol dissipar as sombras do meu jardim,
Eu morrei de amores no perdido tempo, no entardecer da ponta de uma adaga,
Eu morrerei de amores na estrada que me revela a tua letra,
Eu morrerei de amores na vacuidão causada pela tua ausência.
 
Eu morrerei de amores no teu portento, nas encostas do teu cálido regaço,
Eu morrerei de amores no teu ventre, no teu colo, nas tuas espáduas nuas,
Perpetuando a nossa história interrompida, que nos confrontou nessa vida,
Eu morrerei de amores em gotas de saudade e moléculas do teu sangue.
 
Eu morrerei de amores na ventura secreta do nosso enlace,
No despertar do fim da nossa espera, no réquiem de despedida do meu nome,
Eu morrei de amores no teu sorriso e no olhar do nosso destino,
Eu morrerei de amores feliz e consumado nos enleios dos teus carinhos.
 
Eu morrerei de amores no passar do antes moroso tempo e agora tão curto,
Eu morrerei de amores sorvendo cada amanhecer e anoitecer ao teu lado,
Eu morrerei de amores em tua pele, em teu cheiro, teu balbuciar agitado,
Eu morrerei de amores no teu corpo, no teu enlace, em todos os teus sentidos.
 
E antes que eu passe séculos ausente de tua ternura,
Eu morrerei tantas vezes que preciso for, sem pressa e sem medo,
desde que te reencontre... e meu espírito possa ter a certeza
que te amarei tanto e amiúde muito mais do que pude.