Na partida não
há choro, nem adeus,
Coração
deixado em cima da mesa,
Como a
pertences divididos na hora da separação,
Fui erro teu.
Passam-se dias
dentro de um poço de vidro,
Noites entorpecentes a queimar como azia,
É clara a revolta
dos destinos,
É claro o
sorriso hepático da esperança.
Alguém está
rindo por mim,
Cantarolando
em teus pensamentos,
Surrupiando
tentativas,
Velando por
nós dois.
Não há quimera
de perdão sequer,
Um resquício
de uma vontade ensaiada,
Tua sentença é
minha,
Minha
impetuosidade é tua.
Neste processo
de abstinência,
Teus cabelos
enroscam em minha barba,
Teu perfume
encontro a passear no corredor,
O andar da
moça do 10º andar é teu.
Há um limite
em meus pensamentos,
Tem um
bloqueio de suspirações malogradas,
Tem uma fina
relutância de teu orgulho de mulher,
Eu sei que é,
eu sei...
Sempre amanheço no sofá da sala,
Ouço os
pássaros em revoada,
Conto mais uma
vez os azulejos da cozinha,
Levanto, saio e
bato a porta.
Esqueço as chaves e o coração despedaçado em
cima da mesa.
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