Sim, cansei de ser um homem.
Cansei, assim... dessa forma inexplicável,
Dessa forma indubitavelmente pesarosa...
Simplesmente do nada aconteceu.
Que cantem as pedras e se desloquem dos seus limos
porque eu cansei de ser um homem.
(Eu bem que poderia ser uma pedra, agora)
Cansei dessa forma, de ser uma forma, de ter uma forma,
Cansei, ainda mais de ser um dia alguém que já amou... e
fracassou.
Cansei de ser... ser, existir, agir, respirar, ver... sentir.
Cansei de lembrar e de tentar esquecer.
(Cansei de não saber me comportar diante do amor)
Cansei de ter razões, cansei de ter ideias, cansei de ter
sentimentos,
Que ardem, que ferem, confundem, que destoam minha
caminhada,
Cansei de ser destemido e realmente me sinto combalido.
Cansei de ser um nome, de ter um nome.
(Enquanto olho para esse poema eu me canso novamente)
Cansei de ser um coração,
Que bombeia esse travo gosto acre e tenso nas minhas veias.
(Eu preciso aceitar e aprender a me tornar esquecido)
Despachado e despido.
Travem meus dias, contem meus segredos,
Expulsem-me dos meus sonhos e proclamem aos quatro quantos:
Ele cansou. Está impotente!
Indubitavelmente declararão: covarde, fraco!
Mas eu cansei, até mesmo de ouvir e ouvi-los.
Eu só cansei de ser eu, me deem outra forma
mesmo que seja para novamente errar.
Porque eu simplesmente cansei de ser um homem.
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