Pai.
Três
letras com uma insignificância
enorme
aos meus olhos.
não
se indignem com os meus olhos,
eles
só veem.
Por
incrível que pareça,
enquanto
os outros bebiam o morto
e se
lamentavam do tempo que não tiveram,
eu
tive neste natal a ceia mais maravilhosa,
diferente
de todas as quais fui esquecido
quando
menino.
Não
é ranço, rancor nem mágoa,
são
apenas constatações
permeadas
de um humor negro.
Vim,
vi e venci, tantas perdi
não
sei...
Perdoa-me
pai, perdoam-me se pequei.
Foi
hora de esquecer e ser esquecido,
A
vida te deu em colher de chá
e te
tirou em concha de sopa
a
mim, em conta-gotas.
Não
me queiras mal aí no outro lado,
minha
indiferença e falta de tato é algo tratável,
nada
que uma boa análise não resolva.
Mas tu,
pai, morrestes, ao menos por mim,
quase
que esquecido,
uma
falta mínima, irrisória de uma vida toda.
Esquecido
até de si próprio
o
que eu não acho triste
ou a
dor te mataria antes do final,
se é que não
anteviste e foste.
se é que não
anteviste e foste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário