sábado, janeiro 03, 2015

Noite quente de inverno.

superLua.

Lua nova, deus novo, criado novo,
pele de sempre, cheiro de sempre,
do jardim que habitam várias flores.

Um pêssego tem inveja,
Dionísio te absorve e te contempla.
A amante... também tem inveja,
lá no alto, em lamúrias tempestivas.

Traição por amor não é traição,
é devoção.

Cada milímetro, cada camada,
cada curva eu entro em desespero,
procuro abafar o soluço,
de raiva, de tremor, de desejo.

Fazer estrago,
Desenhar não o teu corpo,
mas tua áurea infinita,
tua alma cética pagã.

Cheiro, cheiro, cheiro, cheiro...
Como é bom o teu cheiro.
Ele fala comigo, me diz do perigo,
Da sentença que é morte.

Eu quero mais, eu quero,
E quanto mais eu quero, eu quero,
Mais me alucino; se quero.

Viro menino... safado.

Cheiro, cheiro, cheiro...

Quanto mais cheiro me vicio,
Mais me curo no teu cheiro,
de Alice devota,
de Young alucinógena,
de Clarah travestida.

A loucura da tua pele tem a medida da minha maldade.

Um comentário:

Si Lima disse...

Que força tem tua poesia! Sentimentos que rasgam a alma acabam por fazer poesias assim!

Beijoo'o
flores-na-cabeca.blogspot.com