Caem as tuas
vestes de semblante amargurado.
Teu corpo,
pêndulo desestruturado,
Mão de meu
braço, pena do meu corpo,
Lágrimas
abafadas de desgosto.
Submersos
entre o fim e o começo,
A solidão
aflita segue pelo estreito,
Na dádiva de
um tormento imposto
Do pecado
nublado, teu a contragosto.
Bebe o vinho,
fuma e inala a discórdia...
O bem mais
precioso é de outrora a mixórdia,
Às costas,
dou-te a cabana do pensamento,
Soberba na
ocasião da angústia do firmamento.
Dói em mim
tua cor azul opaca e vencida,
Tua febre de
mim, estrela decaída,
Marca de meu
rosto teu rancor dissoluto,
Nosso amor guerreiro
persiste astuto.
Vence mais
uma batalha pelos flancos,
Desisto,
desiste, conflito nos barrancos,
Espadas e
vestes de guerra vencida,
Teus sonhos,
minha comoção combalida.
Lutar, lutar,
que importa vencer?
Suar, juntar destroços,
é fácil dizer,
Amar,
escurecer, arder, para depois impor,
Revolta,
odiar a própria alma, excomungar o amor.
Os despojos
desta guerra invencível,
São cacos de
tormenta irascível,
São perdas e
danos da fartura amanhecida,
São idas e
vindas, solidão suada e comprimida.
As mãos,
sustentáculos marcados na testa,
Nos ombros, o
peso da injúria funesta,
No peito,
bigorna em ferrugem decide
aliviar na
língua vingança. Revide.
Declara-se
fulgente e abatido teu querer fugaz,
A insigne
assinatura lavrada do teu corpo mordaz,
Meu corpo
trêmulo, abatido, te faz a jura repetida,
Na tua boca me
misturo, te sorvo, te faço arrependida.
Acordo de paz
temporário, somente um instante
para nos
amarmos em fúria. Teu
corpo. Azul brilhante.
A fome da tua
áurea incandescida é meu deleite,
Tomo-te por inteira... até o oco dos teus ossos.
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