Eu
poderia te escrever o mais lindo poema de ser lido,
E este,
ser declamado por bocas transloucas em palanques ou mesas de bar, nas esquinas,
pichado, riscado pelas muretas, por grogues e loucos afoitos que só sabem dizer
que só querem amar.
Eu
poderia te escrever o mais lindo poema de ser lido,
banido
de casas de família, excomungado das igrejas, venerado pelos descrentes,
bajulado por iconoclastas, invejado e suspirado por transgressoras meninas
hardcoreanas sonhadoras detentoras de corpos bandidos despidos.
Eu
poderia te escrever o mais lindo poema de ser lido,
Compor,
solipsificar teu nome em meus poros, e pregá-lo em porta de faculdades, apostatá-lo
em altares de capelas, impregnar mentes de garotinhos cafajestes indecentes a
seduzir menininhas no banheiro na hora do recreio.
Eu
poderia te escrever o mais lindo poema de ser vivido,
Nos
becos dos portos, nos úmidos varais cheios de roupas íntimas que tentam
esquecer a indecência do amor profano, e disseminá-lo nos gemidos das ruas
cafetinas que insistem em me dizer dos teus olhos de mel, passionata difusa nos
umbrais.
Eu sei,
eu o sei, se sei... bem sei:
Eu
poderia te inventar o mais lindo poema de ser lido,
Só para
te dar, eu. Só para te ver chorar, eu. Só para te ver sentir e ranger os
dentes, eu.
Só para
te ver usurpar sinonímias castas e arredias, o semblante mudar, e tua falar
tremular na ponta precipício da tua língua, eu.
Só para
te ver se despir, e se vestir, se nutrir de versos incompletos, e repletos de
nobres cacoetes, eu.
E te
ver despida, frágil, um inocente coelhinho felpudo desamparado pela mamãe, encurralado
por um perverso lobo faminto, eu.
Deus
do céu...
Eu
acho que deveria te escrever o mais lindo poema de ser lido!
Eu
bem sei que não o escrevi, mas eu sou poeta e você também é louca..., e
continuaremos a tentar, e nós nos amamos, eu te amo, em alvoroço, bem louco.
Se
eu ainda não te toco, verdadeiramente, sou teu cão-guia cego e manco, caneta
pérfida, tinta borrada,
Mas
sim, bem que eu queria poder te escrever o mais lindo poema nesse dia.
Na
falta, toma esse borrão coração que rouco se prostra a teus pés. Então.
Nenhum comentário:
Postar um comentário