De todas as magias que me instigam, nenhuma é mais forte que a entoação entre o verso e a mulher.
Um nasceu em função do outro. O verso é inspirado pela nascente das formas sensíveis, que levam de encontro as curvas do universo feminino. Enquanto a mulher, tocada, sentida, entende cada palavra pensada, e tantas vezes escondidas nas entrelinhas no sentir de quem verseja e por ela escreve.
Certamente o verso não existiria e encantaria se não fosse nos corações invólucros das mulheres apaixonadas. O que seria dos poetas, se não fosse a mulher para combinar com os versos escritos?
Seria apenas poesia, encanto comum, bonito. Não teria a eloquência que é dada por um verso a querer conquistar uma alma feminina, uma dor da alma, uma dor amante.
“Entre o sentido e a vontade de versejar,
A mulher se faz presente,
Entre uma vírgula, um ponto, um suspiro-estrofe,
Há algo do sentir passional, efêmero e crente,
De um desejo, além-vida, além-sorte,
Indissolúvel, incólume, impossível para a morte.
Caminhando lado a lado, toque a toque,
Verso a verso... paixão parceira sem comedimento.
E a mulher entorna o cálice da volúpia,
Ao sentir um verso de amor?
E o verso a envolve, e perde-se no sangue quente,
Em vértice pungente, pulsa verso feminino sem dor.
Verso e mulher, quem será quem?
A beijar o som que parte em sentido,
Para enfeitiçar os ouvidos
Do poeta apaixonado.”
A poesia de amor, foi inventada, sentida e nutrida, através de algum coração ensandecido de amores por uma mulher. Com o desejo, a fome de expressar o fino deslumbre sentido pelo homem para a mulher.
Não é só a mulher que capta, sente o verso, mas é quem o sente aflorando nos seus poros, e se entrega avidamente à medida que os escuta ou lê. Só mesmo a mulher para acarinhá-los, confortá-los no seu regaço, e amá-lo, amá-lo como nenhum homem o faz. Somente a fonte de fino sensível para se comprazer num verso escrito em solto amor absorto.
O verso do amor e a mulher... Quem me dirá que um não é o outro?
Ao poeta resta a insigne crença e dedicação na criação de versos que amem, que toquem no âmago da alma feminina. Mais nada, nada mais é tão insistente e fulgente como a relação do verso com a mulher.
Um comentário:
Abandonou o blog por que? rsssssss
1 Abraço amigo e conterrâneo.
Do velho Moita.
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